Apesar dos acenos recentes de aproximação ao segmento religioso, a avaliação negativa do governo Lula entre evangélicos cresceu nos últimos três meses. É o que aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (06). O estudo destaca também que a aprovação do chefe do Executivo prevaleceu apenas na região Nordeste, enquanto a desaprovação cresceu no Sul e Sudeste.
Segundo análise da Quaest, a piora na avaliação entre evangélicos foi influenciada pela declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que compara as ações de Israel em Gaza ao que Hitler fez contra os judeus durante a Segunda Guerra. A fala foi considerada exagerada por 60% dos entrevistados e 69% dos adeptos ao segmento religioso.
O trabalho do presidente Lula é reprovado por 62% (avanço de seis pontos percentuais) dos membros deste segmento religioso e aprovado por 35% (recuo de seis pontos percentuais). Na pesquisa anterior, em dezembro, a distância entre os que desaprovam e os que aprovam o petista era de 15 pontos percentuais, margem que agora subiu para 27 pontos.
Posicionamentos recentes, como o aval para a Câmara avançar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para igrejas, não foram suficientes para reverter a avaliação da gestão petista no grupo. Ao todo, 48% dos evangélicos avaliam o governo de forma negativa (avanço de 12 pontos percentuais sobre dezembro). Por outro lado, 22% consideram a gestão positiva (recuo de cinco pontos percentuais).
Avaliação regional
A aprovação do trabalho do presidente prevaleceu apenas na região Nordeste, onde soma 68%. Já a desaprovação subiu no Sul e Sudeste do país.
A maior diferença acontece na região Sul, onde a desaprovação é de 57%, contra 40% de aprovação. No Sudeste, a margem é de oito pontos, enquanto nas regiões Centro-Oeste e Norte há um empate técnico.
Impacto econômico
A percepção sobre a economia também influenciou negativamente a avaliação do governo, segundo a pesquisa. Entre os entrevistados, 38% responderam que a economia piorou nos últimos doze meses, um avanço de sete pontos percentuais. Houve uma queda de oito pontos entre os que dizem ter havido uma melhora no período (26%).
Segundo a pesquisa, entre os que votaram em branco, anularam seu voto ou não compareceram às urnas, 38% enxergam piora na situação econômica, com alta de 6 pontos sobre a pesquisa anterior. O crescimento do preço dos alimentos, percebido por 73% dos entrevistados, é a principal explicação deste cenário.
A pesquisa da Quaest entrevistou pessoalmente 2 mil brasileiros com 16 anos ou mais em todos os estados do país entre 25 e 27 de fevereiro. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%
O Globo
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