O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, confirmou que o arroz de países do Mercosul que a estatal vai repassar a pequenos varejistas das regiões Norte, Nordeste e Sudeste será vendido ao preço máximo de R$ 4 por quilo. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo desta terça-feira (14).
Em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul, Pretto afirmou que o preço máximo do cereal será estampado na embalagem, que levará a logomarca da companhia e do governo federal. A medida deve atender, principalmente, comerciantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará e Pernambuco, disse Pretto. O edital com as regras para a compra das primeiras 104 mil toneladas de arroz deverá ser publicado ainda nesta terça-feira.
“Infelizmente, subiu [o preço]. Tem a questão logística que precisamos reconhecer para tirar a produção das indústrias e levar para armazéns, atacados. É por isso que esse arroz que vamos comprar ele vai ser embalado com uma embalagem especial do governo federal e vai constar na embalagem o preço máximo que deve ser vendido ao consumidor. O preço que vai custar para o consumidor é R$ 4 o quilo. Isso vai estar estabelecido, já mandamos rodar a embalagem”, disse Pretto em entrevista à rádio CDN, de Santa Maria (RS).
Na semana passada, através de Medida Provisória (MP), o governo federal abriu crédito extraordinário de R$ 416 milhões para a Conab subsidiar a compra do arroz e mais R$ 100 milhões para a equalização dos preços, que é justamente o subsídio para bancar a diferença das cotações nos mercados e garantir a venda mais barata aos varejistas que serão atendidos na operação.
A importação não será feita diretamente pela Conab. Na operação autorizada pela MP, a companhia fará a compra do arroz importado por outras empresas brasileiras. O edital com os detalhes e regras vai exigir a comprovação de que o arroz foi adquirido no exterior, mas o objetivo da medida é estimular as empresas brasileiras a importar o produto, que será comprado pela Conab e repassado com subsídio a varejistas.
“Agora serão 104 mil toneladas e vamos destinar especificamente para essas regiões mais distantes, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará e Pernambuco. São as principais regiões para onde o arroz será enviado justamente para não correr nenhum risco de desabastecimento”, completou Pretto.
O presidente da Conab disse na entrevista que o arroz que será comprado do Mercosul não vai ser destinado ao Rio Grande do Sul, mas que a companhia estuda adotar operação semelhante no Estado, com a compra da produção local e venda subsidiada aos consumidores gaúchos.
“Este arroz que vai ser importado do Mercosul não é para estar no Rio Grande do Sul, mas queremos fazer a mesma operação, comprando arroz do nosso mercado local, da nossa produção, para vender subsidiado para os consumidores”, disse Pretto. “A partir do momento que o governo entra no mercado fazendo regulação de preços, colocamos o preço para baixo”, completou o dirigente.
Edegar Pretto disse que a estatal tomará “todo cuidado para que a medida não venha a competir com a produção nacional”, concentrada no Rio Grande do Sul, Estado afetado pelas chuvas e inundações. “É por isso que não vamos comprar tudo de uma vez, vamos comprar conforme a necessidade”, pontuou na entrevista à rádio CDN.
Pretto ainda rebateu “ondas de desinformação” sobre a possibilidade de desabastecimento de arroz no país. “Não tem nenhuma necessidade de correr aos mercados, fazer estoque. Se tivesse isso a nível nacional, direção dos consumidores a mercados para fazer estoque, é que poderia trazer problemas para a nossa produção. Temos arroz. Essa é uma medida de prevenção. Queremos proteger especialmente, neste momento, os consumidores para evitar que os preços possam subir”.
Pretto ressaltou que 17% da produção de arroz do Rio Grande do Sul ainda estava em campo para ser colhida no momento que começaram as fortes chuvas no Estado. Cerca de 8% da produção foi atingida, disse ele. A Conab estima em, ao menos, 230 mil toneladas de perdas do cereal.
“O que conseguimos levantar é que nós tivemos 8% desse total da safra que ainda estava na lavoura e foram atingidos pelas águas. E tem uma quantidade de produtos nos armazéns que não conseguimos mensurar, além da questão logística pra escoar a produção a regiões mais distantes, como Norte, Nordeste, Sudeste”, acrescentou
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