O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva será premiado em novembro na França pela revista especializada 'Politique Internationale' por "encarnar" a "esperança" de seus compatriotas "decepcionados" com Jair Bolsonaro, disse seu diretor à AFP
"A revista 'Politique internationale' optou por conceder o Prêmio Coragem Política 2021 ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva", declarou o diretor da publicação Patrick Wajsman. A entrega ocorrerá no dia 17 de novembro, em Paris.
Esta revista trimestral especializada em diplomacia justificou sua decisão pela "esperança que [Lula] encarna aos olhos da grande maioria de seus compatriotas, decepcionados com a presidência [do atual presidente Jair] Bolsonaro".
A publicação destaca ainda "a tenacidade exemplar" do ex-presidente de esquerda "diante das perseguições políticas e judiciais", que foi "recompensada com a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular suas condenações".
Sua presidência entre 2003 e 2010 também foi "marcada pela vontade de promover a igualdade racial e social em seu país", permitindo que "30 milhões de brasileiros saíssem da pobreza", acrescentou.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) disse no mês passado que definirá no início do ano que vem se lançará sua candidatura às eleições presidenciais de outubro de 2022 contra o Bolsonaro.
Lula, favorito segundo as pesquisas, pode ser candidato, pois recuperou os direitos políticos em março, após a anulação das condenações por corrupção proferidas contra ele. Uma delas o levou à prisão por quase 18 meses, entre 2018 e 2019.
"A vitória de Joe Biden [nos Estados Unidos] mostra que as pessoas estão fartas de loucura, xenofobia e fascismo", garantiu Lula a Gaspard Estrada, especialista em América Latina da Sciences Po, em entrevista à 'Politique Internationale'.
Esta revista, fundada em 1978, já concedeu o Prêmio de Coragem Política ao papa João Paulo II, ao ex-presidente egípcio Anwar al-Sadat e ao ex-chefe de Estado sul-africano Frederik De Klerk.
Lula, por sua vez, dedica esse prêmio "ao povo brasileiro". "Em particular aos companheiros que permaneceram ao meu lado quando estive preso em Curitiba", frisou na entrevista
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