As investigações sobre os atos golpistas do último dia 8 - quando criminosos invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) - apontam o possível envolvimento do tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro até o fim do governo.
Sinalizam, também, a existência de uma espécie de caixa 2 no Planalto, com dinheiro vivo proveniente de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas. A denúncia exclusiva é dos repórteres Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, publicada no site Metrópoles.
Comandadas pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes e realizadas pela Polícia Federal, as investigações mapearam as transações financeira do militar. Ele pagava contas da família do presidente em dinheiro vivo, operando uma espécie de caixa paralelo. Os pagamentos eram feitos em agência do Banco do Brasil dentro do Planalto.
Entre as contas, a fatura de um cartão de crédito usado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas emitido em nome de uma amiga dela. Os investigadores também reuniram áudios, com a voz de Bolsonaro, indicando que o ex-presidente controlava e tinha ciência de tudo
A reportagem revela que o militar acompanhava o ex-presidente quase em tempo integral, dentro e fora dos palácios. Era o tenente-coronel do Exército que atendia ligações e respondia mensagens em nome de Bolsonaro. No ano passado, o jornal Folha de S.Paulo já havia noticiado que mensagens de texto, imagens e áudios encontrados no celular do oficial do Exército levaram os investigadores a suspeitar das transações financeiras realizadas por ele
Depois disso, lembra o Metrópoles, Alexandre de Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram desvendar as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel. As primeiras análises já mostravam que Cid centralizava recursos sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo em que fazia os pagamentos, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do presidente e de sua família.
Durante a investigação, os policiais observaram que o modus operandi lembrava o mesmo adotado pelo senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente, enquadrado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas: Saques e pagamentos em espécie e uso de funcionários de confiança nas operações. As transações do tenente-coronel do Exército foram apelidadas de “rachadinha palaciana”.
Os investigadores constataram indícios fortes de lavagem de dinheiro. Chamou atenção, em especial, a origem de parte dos recursos que o oficial e seus homens manejavam. Os detalhes dessas transações estão sendo mantidos sob sigilo, entre o gabinete de Alexandre de Moraes e o restrito núcleo de policiais federais que o auxilia nas apurações
Por Portal Folha de Pernambuco
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