Em decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta sexta-feira (23), ficou definido que o Sport terá jogos com portões fechados até que o mérito do caso do atentado ao Fortaleza seja julgado pelo tribunal - ainda não há data para julgamento. A medida também impede que o Leão tenha torcida visitante, seja dentro ou fora de Pernambuco.
Segundo o documento oficial, a medida vale apenas para competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ou seja, o público está liberado para o Clássico das Emoções contra o Náutico, disputado neste sábado (24), nos Aflitos, a partir das 16h30 (horário de Brasília).
A decisão acolhe um pedido da Procuradoria, que ingressou com uma Medida Inominada que foi encaminhada e analisada pelo presidente do tribunal, José Perdiz de Jesus. A informação foi divulgada inicialmente pela repórter Camilsa Sousa, do Ge, e confirmada pelo Blog do Torcedor (clique aqui)
Ante ao exposto, DEFIRO o pedido da Procuradoria para determinar que o Sport Club Recife jogue em todas as competições organizadas pela CBF como Copa do Nordeste e Copa do Brasil (em todas as categorias) com portões fechados, sem torcida quando for mandante e na condição de visitante também ficará sem o direito a ingressos para seus torcedores até que o STJD julgue a denúncia por uma de suas Comissões Disciplinares.
Defiro o pedido de terceiro interessado protocolado pela Federação Cearense de Futebol. Abra-se vista ao Sport Club do Recife e à Federação Cearense para querendo, se manifestar no prazo legal”, determinou José Perdiz
A reportagem entrou contato com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e o presidente Evandro Carvalho afirmou a medida não será adotada na competição estadual e irá respeitar o STJD
Em entrevista ao Blog do Torcedor, Andrei Kampff, especialista em direito esportivo, havia informado que o STJD poderia criar uma nova jurisprudência ao analisar a excepcionalidade do caso
Segundo o art. 213 do CBJD (Código Brasileiro Justiça Desportiva), a pena prevista é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além da perda de até 10 mandos de campo. No caso do Sport, conforme dito acima, a punição será até o julgamento, que ainda não possui data marcada
Art. 213: Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: (Redação dada pela
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Quando o Fortaleza retornava após o empate em 1 a 1 com o Sport, enquanto se dirigia ao hotel, a delegação foi atingida por bombas e pedras. Ao todo, seis jogadores ficaram feridos
Segundo as informações publicadas pelo time cearense, os zagueiros Titi e Brítez, o lateral-direito Dudu e o volante Lucas Sasha foram atingidos por vários estilhaços de vidro.
O goleiro João Ricardo teve um corte no supercílio e o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar sofreu um trauma cranioencefálico, um corte na boca e outro no supercílio. Os atletas passa bem.
Os vídeos do caso foram publicados nas redes sociais pelo CEO do Fortaleza, Marcelo Paz. O Ministério Público do Ceará quer veto à torcida do Sport no Estado
O presidente do Sport, Yuri Romão, pediu o banimento do futebol para as pessoas envolvidas no crime. Alguns dos criminosos foram identificados, segundo o secretário Alessandro Carvalho.
"Não podemos entrar em detalhes da investigação para não atrapalhar, mas posso dizer que já há identificados”, disse “É algo que repito sempre quando tem um crime relevante: tenham paciência que vamos dar a resposta, que será proporcional ao crime que foi cometido”, pediu
"Reitero ao poder público pernambucano a máxima atenção para o assunto. O Sport exige a punição dessas pessoas, desses seres que não querem torcer pelo futebol", afirmou
Um documento interno do Batalhão de Choque, cujo o Blog do Jamildo teve acesso, a Polícia Militar de Pernambuco não apreendeu explosivos e se limitou a impedir que entrassem estádio.
O registro oficial também informa que a PM efetuou "quatro disparos de arma de fogo para cima (disparo de advertência) para proteger a integridade física do efetivo e dos funcionários civis".
Em apuração feita pelo Blog do Jamildo, a defesa jurídica do Sport considera usar esse fato como argumento para evitar que a equipe pernambucana seja ainda mais punida pelos acontecimentos
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