Entra ano, sai ano e fica a pergunta: quando caem os feriados móveis de carnaval, Páscoa e Corpus Christi? A resposta poderá mudar em 2025 com a fixação de uma data para a Páscoa, exatamente 1.700 anos após a criação da celebração da ressurreição de Jesus Cristo. Isso porque católicos e ortodoxos avaliam voltar a reunificar a data comemorativa.
“Tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir… ‘O seu Cristo ressuscita quando? E o seu Cristo, quando ressuscita?’ Não. O sinal é um só Cristo para todos nós”, disse o papa Francisco, em novembro de 2022, após receber no Vaticano o patriarca Mar Awa III, da Igreja Assíria do Oriente, a quem pediu “uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.
O líder dos cristãos ortodoxos orientais, patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também se declarou favorável a fixar a data comum a partir de 2025, intenção compartilhada, ainda, pelo arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos. A mais longa defesa da mudança ocorreu em 2022, quando Bartolomeu I visitou Francisco.
“O Concílio Ecumênico de Niceia foi muito importante para fixar o conteúdo de nossa fé cristã, mas também para fixar a data da Páscoa, como e quando ela deve ser celebrada. Infelizmente, não a celebramos juntos há muitos anos, há muitos séculos. Portanto, no contexto deste aniversário, o objetivo de nossos esforços compartilhados com o papa é encontrar uma solução para isto”, disse o ortodoxo.
“Talvez agora não seja o momento de dar detalhes, mas quero enfatizar que tanto do lado ortodoxo como do católico há esta boa intenção de finalmente fixar uma data comum para a celebração da Ressurreição de Cristo. Esperemos alcançar um bom resultado desta vez.”
Bartolomeu se aproximou ainda mais de Francisco com o início da guerra entre Ucrânia e Rússia – até por dissociação, vale lembrar, os ucranianos passaram a festejar datas do ciclo natalino seguindo Roma e não mais Moscou.
Tanto a Igreja Anglicana como a Luterana manifestaram o seu interesse em resolver a questão e realizar uma celebração comum. O último obstáculo agora é o Patriarcado de Moscou, que pode, apesar de sua clara importância no Oriente, acabar isolado na discussão
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