As imagens do asfalto derretido com o calor em Santa Quitéria viralizaram e ganharam o mundo nesta semana, quando os termômetros do município marcaram 39ºC. Outras cidades tiveram temperatura até mais alta, e o asfalto continua intacto, o que despertou a curiosidade de muita gente.
O G1 consultou engenheiro Bruno Brito, que entende de asfalto, para explicar como isso aconteceu na cidade de Santa Quitéria, na estrada CE-257, restaurada há apenas quatro meses. O fenômeno pode ser explicado, de forma bem resumida, na baixa qualidade do recapeamento (a “cobertura” da pista).
O material de baixa qualidade sofreu exsudação, que significar o processo de suar. Quando se trata de engenharia, a exsudação se refere a uma película na superfície do pavimento, criando um brilho similar ao de um vidro. A água presente na substância que cobre a pista evaporou até a parte externa, deixando a superfície molhada e mole.
No calor do meio-dia e início da tarde, o recapeamento gruda no pneu dos veículos e sola do sapato de quem cruza a estrada.
Conforme o engenheiro, o asfalto de baixa qualidade de Santa Quitéria possui quantidade excessiva de ligante (uma espécie de “cola” que mantém o asfalto preso à pista) e baixa pressão (trabalho com rolo compressor para “esmaga” o recapeamento na estrada).
“A alta temperatura acaba influenciando na dilatação da pavimentação e assim esse ligante tende a migrar a superfície. E no momento que ele tende a migrar para superfície, ele fica exposto por conta do calor ele fica aparecendo. E tráfego intenso de veículos ajuda a arrancar o asfalto”, explica o engenheiro
G1
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