A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) obteve do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a concessão de sua sexta patente pelo produto tecnológico “Elaboração de um Plástico Filme Biodegradável à Base de Extratos de Resíduo de Uva Syrah (Vitis vinifera) e Moringa oleifera para Embalar Alimentos e Aumentar a Vida de Prateleira”.
O plástico filme é decorrente da pesquisa desenvolvida por egressa da Universidade no Programa de Doutorado em Biotecnologia – Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), vinculado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com a colaboração de pesquisadores da Univasf. A carta patente foi divulgada pelo INPI no dia 9 de janeiro.
Os inventores são a egressa do curso de Medicina Veterinária e do mestrado em Biociências da Univasf Naiane Darklei dos Santos Silva, os professores da Univasf Mário Adriano Ávila Queiroz, Jackson Guedes, Wagner Pereira Felix e Mateus Matiuzzi da Costa, além da técnica de laboratório da Univasf Amanda Leite Guimarães, da egressa do mestrado em Biociências e atualmente professora do Instituto do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) Sandra Kelle Souza Macêdo e José Gledyson da Silva, egresso do mestrado em Ciência Animal da Univasf.
O produto é resultado da pesquisa de doutorado de Naiane Darklei, com orientação do professor do Colegiado de Zootecnia da Univasf Mário Adriano Ávila Queiroz, e foi desenvolvido nos laboratórios do Colegiado de Farmácia da Univasf e no Biotério do Campus Ciências Agrárias (CCA).
“Quando comecei a desenvolver a pesquisa, pretendi dar uma destinação diferente ao uso dos resíduos da uva gerados pela indústria da vitivinicultura da região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Nesse caso, pensei na elaboração de um plástico, associando o resíduo da uva com a moringa, uma planta que é muito utilizada na alimentação de animais e, também, na suplementação da alimentação humana”, conta Naiane, que atualmente é professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
A pesquisadora chegou, então, na criação de uma ferramenta que aumenta o tempo de vida de alimentos nas prateleiras, ou seja, um produto que tem ação antimicrobiana e antioxidante que impede o crescimento e o desenvolvimento de microrganismos, principalmente os microrganismos chamados patogênicos.
“Hoje, na indústria, busca-se utilizar ferramentas que agreguem valor ao alimento, com o uso de componentes que possam estabelecer mudanças bioquímicas que torne um alimento mais saboroso, aliado ao uso de substâncias que possam auxiliar na manutenção da qualidade micrônica”, afirma Naiane.
O professor Mário Queiroz ressalta a importância do caráter interdisciplinar da pesquisa, que envolveu a área de alimentos e profissionais de Química, Medicina Veterinária e Zootecnia, e da criação de um produto que confere uma maior durabilidade aos alimentos dentro da Universidade.
“A importância dessa patente para nossa área é, justamente, essa interação interdisciplinar e o uso do produto local, que é a nossa uva, aliada à moringa. Além disso, esse reconhecimento é importante por proporcionar uma maior visibilidade à Univasf frente à produção de alimentos seguros e com qualidade”, afirma o docente
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