A busca por mudanças nas matrizes energéticas vem ganhando força em Pernambuco. Nas indústrias do Sertão do Araripe, a substituição tem percorrido um caminho moroso, partindo da origem elétrica hidráulica para a solar e, mais recentemente, com a troca da lenha pelo Gás Natural Liquefeito (GNL).
Nesta terça-feira (06), a governadora Raquel Lyra vai ao município de Araripina para anunciar investimentos e a chegada da rede da Copergás para o Polo Gesseiro. O setor conta com cerca de 700 empresas, incluindo 50 mineradoras e mais de 15 mil postos de trabalho.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, o panorama de fontes mais limpas e sustentáveis é positivo. Contudo, ainda precisa ser aliado à necessidade de se tornar economicamente viável para quem produz.
“Temos defendido e cobrado esta implantação há mais de uma década, nos trazendo alegria esta pavimentação de caminho. O desafio que agarramos agora é o aprimoramento de tecnologias, com o objetivo de ajudar as empresas a se adaptarem e alcançarem melhores resultados. Não é uma mudança simples, mas que precisa ter este primeiro passo”, explica.
Segundo o gestor, a chegada da rede de gás natural representa um avanço, atravessando o estado de uma ponta a outra.
“A nossa perspectiva é de conseguir um produto melhor, com mais uniformidade, organizando as fábricas e impulsionando uma mão-de-obra mais qualificada, o que deve desencadear mais geração de renda. Cabe agora o apoio necessário para que tudo consiga, de fato, sair do papel”, complementou Essinger, lembrando as carências estruturais das demais cidades envolvidas, como Trindade, Ipubi Ouricuri e Bodocó, que juntas somam mais de 260 mil habitantes.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Gesso de Pernambuco (Sindusgesso), Jefferson Duarte, a decisão gera expectativa.
“Entendemos que já estamos no limite do consumo de lenha e precisamos nos alinhar. No entanto, apenas a vinda do gás não consegue sanar os demais entraves que enfrentamos, como o peso tributário, dificuldades para escoar a produção e até problemas de força de trabalho. Esta migração demanda dinheiro e larga mudança física”, diz.
O Governo do Estado afirma que o apoio aos empreendedores deve ir além, incluindo linhas de crédito específica e canais para facilitação.
“Prezamos por um desenvolvimento sustentável. O propósito é também incluir incentivos fiscais e todo um pacote de ações para que as empresas consigam saltar, fazer suas aquisições, mas também caminhar sozinhas”, afirmou o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), André Teixeira.
A produção do gesso em Pernambuco é responsável pelo abastecimento de 80% do país. A solenidade com Raquel Lyra acontece no Centro Tecnológico do Araripe (CTA), em Araripina.
A iniciativa vem sendo capitaneada pela deputada estadual Socorro Pimentel (UB), a única representante da região na Assembleia Legislativa.
“Nós teremos duas vertentes que vão ser beneficiadas. Primeiramente, o desenvolvimento econômico da região, colocando o nosso produto em pé de competitividade com o gesso oriundo de outras áreas do país, e teremos também a preservação do meio ambiente, algo certamente essencial. Então buscamos algo sustentável, irradiando crescimento para o estado como um todo”, afirmou
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