Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que moradores de Pernambuco têm a maior dependência de carros-pipa em todo o Brasil.
Segundo o estudo, sete em cada dez pernambucanos têm rede geral como principal forma de abastecimento de água. No entanto, a proporção de pernambucanos que têm carro-pipa como fonte prioritária é a maior do país
Em Pernambuco, 70,6% dos habitantes têm a rede geral de distribuição como principal forma de abastecimento de água em suas residências. Essa porcentagem está abaixo da média nacional (82,6%). O IBGE também divulgou dados sobre o acesso à rede geral de esgotamento sanitário.
No estado, esse índice ultrapassou 52% dos pernambucanos em 2022. Isso significa um aumento, já que, em 2010, no levantamento anterior, eram 41%. O instituto repassou, ainda, informações sobre coleta de lixo. Nesse quesito, houve ampliação do serviços no estado.
Em 2020, 79,7% dos pernambucanos eram atendidos. Em 2022, o índice saltou para 84,69%. A maior parte dos pernambucanos ainda vive em casas, mas o número de moradores de apartamentos vem crescendo. Em 2022, 88,36% dos habitantes do estado moravam em casas.
Já o percentual de pessoas que mora em apartamentos em Pernambuco subiu de 7,23%, no Censo 2010, para 10,5%, no Censo 2022.
Capital
No Recife, 99% dos moradores têm água canalizada. Ao todo, 77% das pessoas contam com coleta de esgoto, 98% tem banheiros e 98% possuem coleta de lixo.
Água
Sete em cada dez pernambucanos têm rede geral como principal forma de abastecimento de água, mas proporção de pernambucanos que têm carro-pipa como fonte prioritária é a maior do país.
Em Pernambuco, 70,6% dos habitantes têm a rede geral de distribuição como principal forma de abastecimento de água em suas residências, sendo que essa porcentagem está abaixo da média nacional (82,6%). O estado está em 20º lugar no ranking brasileiro e tem o terceiro pior desempenho do Nordeste, à frente apenas de Alagoas e Maranhão.
O Censo 2022 considera que os domicílios podem ter mais de uma forma de abastecimento de água, mas a pesquisa conta apenas a maneira pela qual a água chega aos lares com maior frequência.
O local com maior abrangência de rede geral de distribuição é Fernando de Noronha, onde esse tipo de abastecimento é o principal para 94,27% dos moradores, seguidos por Cupira (93,75%) e Petrolina (93,68%). O município com menor percentual é Poção, com apenas 1,82% da população atendida principalmente por rede geral.
Em segundo lugar, está o poço profundo ou artesiano, com 992.993 pessoas que o utilizam como forma principal de abastecimento de água, o equivalente a 11,01% dos pernambucanos. O município com maior percentual de moradores atendidos principalmente por poço artesiano é Lagoa de Itaenga (43,38%).
Em terceiro lugar, está o carro-pipa, que é a forma principal de abastecimento de água para 8,1% dos pernambucanos, a maior proporção de todo o país. A média brasileira, por sua vez, é de 1,05%.
Em Pernambuco, 730.808 pessoas tinham o carro-pipa como principal forma de abastecimento de água em suas casas, mesmo que essas residências também estejam conectadas à rede geral de distribuição ou outra forma de abastecimento.
O maior percentual ficou com Taquaritinga do Norte, onde 75,09% da população do município dependia de carro-pipa como principal forma de abastecimento de água.
Em números absolutos, Santa Cruz do Capibaribe foi a campeã: 55.927 moradores alegaram ter o carro-pipa como principal forma de abastecimento de água.
As outras formas principais de abastecimento encontradas em Pernambuco são poço raso, freático ou cacimba (4,38%), água da chuva armazenada (2,27%), outras formas de abastecimento (1,57%), rios, açudes, córregos, lagos e igarapés (1,31%) e fonte, nascente ou mina (0,75%).
O Censo também pesquisa a existência de canalização de água nos domicílios. No estado, 85,48% dos habitantes têm água encanada até dentro da casa, apartamento ou habitação, o quarto percentual mais baixo do país, à frente apenas do Amazonas (84,2%), Maranhão (80,72%) e Acre (80,48%).
O estado também tem o terceiro maior percentual do país de moradores que vivem em domicílios sem água canalizada (9,24%). Além disso, 5,28% dos pernambucanos vivem em domicílios onde a água é canalizada apenas no terreno.
Fossas
De acordo com o Censo 2022, a rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede de esgotamento sanitário atende 52,27% dos moradores de Pernambuco, o equivalente a 4,7 milhões de pessoas, contra 41,82% da população no Censo 2010.
Com o resultado, Pernambuco está em décimo lugar nacional e tem o segundo melhor percentual do Nordeste, atrás apenas de Sergipe (53,63%). No entanto, os números são inferiores à média nacional, que alcançou 62,51%.
De acordo com o Censo 2022, Santa Cruz do Capibaribe tem 88,94% dos moradores atendidos pela rede geral de esgotamento sanitário, o maior percentual entre os municípios do estado, em contraste com São José da Coroa Grande, cuja porcentagem foi de 1,04%, a menor da pesquisa.
Em segundo lugar entre as formas de esgotamento sanitário em Pernambuco, está a fossa rudimentar ou buraco (23,95%) e, na sequência, está a fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (13,24%), solução individual ainda considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).
Os demais tipos de esgotamento sanitário pesquisados pelo levantamento são vala, utilizados por 4,03% da população, rio, lago, córrego ou mar (3,87%), e outra forma (1,58%). Pouco mais de 1% dos pernambucanos (1,07%) não têm banheiro nem sanitário.
Banheiros
O Censo 2022 também investigou a existência de banheiros e sanitários nos domicílios. No estado, 96,88% dos aproximadamente 9 milhões de moradores do estado viviam em domicílios com ao menos um banheiro de uso exclusivo, incluindo chuveiro e vaso sanitário, contra 89,33% registrados no Censo 2010.
Dos pernambucanos que viviam em lares com banheiro em 2022, 68,81% deles tinham um banheiro disponível, 21,3% moravam em residências com dois, 4,69% com três e 2,07% com quatro banheiros ou mais.
Por outro lado, 1,56% dos pernambucanos viviam em lares onde havia apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno, contra 5,23% em 2010 e 1,07% dos habitantes do estado, o equivalente a 96.279 pessoas, viviam em lares sem banheiro nem sanitário.
Em 2010, eram 5,43% da população. Além disso, 0,49% dos moradores do estado usavam banheiro comum a mais de um domicílio, categoria incluída no Censo 2022.
Lixo
O destino do lixo foi outra característica dos domicílios pesquisada pelo Censo 2022. O tipo de descarte mais frequente foi o “Coletado no domicílio por serviço de limpeza”, com 76,32% da população residindo em domicílios nos quais esse era o destino do lixo.
Somando aos 8,37% da população que deposita os resíduos em caçamba de serviço de limpeza, chegam-se aos 84,69% da população com coleta direta ou indireta de lixo.
O resultado mostra um aumento na comparação com o Censo 2010, quando o percentual de coleta de lixo era de 79,7%. Mesmo com o crescimento de aproximadamente 5% ao longo de 12 anos, a proporção está abaixo da média nacional, de 90,9%.
Os 15,31% restantes recorriam a soluções locais ou individuais para a destinação do lixo. Na sequência, 12,11% dos pernambucanos queimaram o lixo na propriedade e 2,72% jogaram em terreno baldio, encosta ou área pública – a maior proporção entre todos os estados do Brasil -, 0,34% deram outro destino e 0,14% enterraram na propriedade.
Entre as localidades pernambucanas, o maior percentual de coleta de lixo foi verificado no distrito estadual de Fernando de Noronha (99,67%) e, em seguida, Recife (98,26%).
O menor índice ficou com Carnaubeira da Penha (17,27%) de população atendida por coleta de lixo. O município, por sua vez, tem o maior percentual de moradores que queimam o lixo na propriedade (78,14%).
Moradia
A maior parte dos pernambucanos ainda vive em casas, mas o número de moradores de apartamentos vem crescendo. Em 2022, 88,36% dos habitantes do estado moravam em casas, o equivalente a sete milhões e 969 mil pessoas, contra 91,6% em 2010. Com o resultado, o estado ficou acima da média nacional (84,78%), mas abaixo da média nordestina (89,88%). Já o percentual de pessoas que mora em apartamentos no estado subiu de 7,23% do total no Censo 2010 para 10,5% no Censo 2022, totalizando 906.722 habitantes.
Além disso, 126.985 pernambucanos, ou 1,41% do total, vive em casas de vila ou condomínio, 12.727, ou 0,14% do total, mora em casas de cômodos ou cortiços e 2.868 habitantes, ou 0,03%, habita estrutura residencial permanente degradada ou inacabada.
O Recife foi o município pernambucano onde menos pessoas residem em casas: 70,26% dos habitantes, ou 1 milhão e 39 mil pessoas. Na sequência, estão Paulista (73,89%), Jaboatão dos Guararapes (77,14%), Caruaru (81,49%) e Olinda (82,11%). No estado, o município de Belém de Maria é onde mais pessoas vivem em casas: 99,98% do total.
A capital pernambucana também é o município onde mais pessoas vivem em apartamentos, com 27,8% da população neste tipo de domicílio. Este é o 10º maior percentual entra as capitais brasileiras e o segundo maior do Nordeste, atrás apenas de João Pessoa, com 37,48%. Em Solidão, São Benedito do Sul, Paranatama, Camutanga e Belém de Maria, não foi registrada a existência de apartamentos.
Dados gerais
Os dados estão disponíveis para Brasil, regiões, estados e municípios. As informações serão desagregadas também segundo a cor ou raça e os grupos de idade da população. Os dados podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no panorama do Censo 2022.
Embora os indicadores tenham melhorado na última década, 49 milhões de pessoas ainda vivem em residências sem acesso adequado a esgoto, 24% do total de moradores.
Já 6 milhões de pessoas vivem em lares sem abastecimento de água adequado (3%). Outros 18 milhões não têm coleta de lixo (9%). Para a análise, foram considerados apenas os imóveis particulares e permanentes ocupados. Ou seja, casas desocupadas, improvisadas ou de moradia coletiva como presídios, hotéis, pensões, asilos ou orfanatos não entram na conta
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