Período de transição entre o verão e o inverno, o outono começa nesta quarta-feira (20), à 0h06, no Hemisfério Sul. A estação, marcada em Pernambuco pela diminuição da média de temperatura, deve ter máximas mais altas do que o normal devido aos impactos de El Niño, fenômeno que deve persistir até meados de junho.
A temperatura, cuja sensação térmica vem beirando os 40ºC nos dias mais quentes no Recife, tende a baixar em relação ao que vem sendo registrado no verão, mas ainda será alta para os padrões do outono, estação que vai até 17h51 de 21 de junho, dia do solstício de inverno. Dias com temporais, que estão cada vez mais comuns, não estão descartados pela previsão.
Segundo o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Patrice Oliveira, as temperaturas podem chegar a 32ºC de máxima, até 2ºC acima da média histórica para esta época do ano na região litorânea do Estado.
Em Pernambuco, o outono também é caracterizado pela diminuição gradativa das chuvas no Sertão e aumento da precipitação no Litoral, Zona da Mata e Agreste. O outono engloba boa parte da quadra chuvosa no Litoral do Estado, período de quatro meses que começa em abril e acaba em julho e concentra os maiores acumulados de chuva na região.
“Uma das características do outono é que começa o período chuvoso na região leste, na Mata Norte, Região Metropolitana do Recife e Mata Sul. É quando começa o período de chuvas mais intensas”, explica o meteorologista, que completa: “Ainda vamos ter temperaturas elevadas. É claro que não vão ser temperaturas iguais ao verão, mas para ser um outono, nós ainda teremos temperatura elevada”.
“A gente vai ter dias com 32ºC ou mais, mas 32ºC é muito para o outono. Estamos esperando temperaturas mais amenas, mas por enquanto não vai ter porque a previsão é que El Niño vá até o final de maio para início de junho, que já é o final do outono. Vai ser um outono quente. Quando estiver acabando o outono é que vai estar acabando El Niño”, aponta Patrice Oliveira.
A Apac espera mais chuvas para a estação, já que o Oceano Atlântico está mais quente do que o normal por causa de El Niño. O meteorologista Patrice Oliveira explica que esse aquecimento das águas oceânicas favorece a ocorrência de precipitações na região litorânea pernambucana — que podem até ser mais volumosas do que as médias históricas.
“Os eventos extremos estão se tornando corriqueiros. Não se repetia tanto entre um ano e outro, era em um período de cinco a dez anos. Você vê que todo ano a gente está registrando chuvas intensas, acima de 100 milímetros diários, já faz uns cinco anos que estamos registrando esses eventos extremos”, completa o meteorologista, acrescentando que serão registrados mais dias com chuva.
A população deve ficar atenta às previsões e eventuais alertas meteorológicos da Apac, que permanece com sua sala de situação em plantão 24h, bem como às recomendações da Defesa Civil em caso de risco
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