Segundo o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Patrice Oliveira, as temperaturas podem chegar a 32ºC de máxima, até 2ºC acima da média histórica para esta época do ano na região litorânea do Estado.
Em Pernambuco, o outono também é caracterizado pela diminuição gradativa das chuvas no Sertão e aumento da precipitação no Litoral, Zona da Mata e Agreste. O outono engloba boa parte da quadra chuvosa no Litoral do Estado, período de quatro meses que começa em abril e acaba em julho e concentra os maiores acumulados de chuva na região.
A Apac espera mais chuvas para a estação, já que o Oceano Atlântico está mais quente do que o normal por causa de El Niño. O meteorologista Patrice Oliveira explica que esse aquecimento das águas oceânicas favorece a ocorrência de precipitações na região litorânea pernambucana — que podem até ser mais volumosas do que as médias históricas.
“Os eventos extremos estão se tornando corriqueiros. Não se repetia tanto entre um ano e outro, era em um período de cinco a dez anos. Você vê que todo ano a gente está registrando chuvas intensas, acima de 100 milímetros diários, já faz uns cinco anos que estamos registrando esses eventos extremos”, completa o meteorologista, acrescentando que serão registrados mais dias com chuva.
A população deve ficar atenta às previsões e eventuais alertas meteorológicos da Apac, que permanece com sua sala de situação em plantão 24h, bem como às recomendações da Defesa Civil em caso de risco.
Médias históricas
Segundo a climatologia da Apac, essas são as médias as históricas de chuvas para os meses de março, abril, maio e junho nas quatro regiões do Estado:
Março
RMR: 212,2 mm
Mata: 128,2 mm
Agreste: 90,6 mm
Sertão: 133,8 mm (mês mais chuvoso do ano)
Abril
RMR: 269,2 mm
Mata: 159,6 mm
Agreste: 103,0 mm
Sertão: 99,2 mm
Maio
RMR: 294,3 mm
Mata: 188,5 mm
Agreste: 104,7 mm
Sertão: 52,8 mm
Junho
RMR: 337,6 mm (mês mais chuvoso do ano)
Mata: 224,6 mm (mês mais chuvoso do ano)
Agreste: 115,3 mm (mês mais chuvoso do ano)
Sertão: 35,3 mm
No trimestre abril-junho, são esperados 901,1 mm na RMR, 572,7 mm na Mata, 323,0 mm no Agreste e 187,3 mm no Sertão.
Inmet: chuvas intensas no Nordeste não são descartadas
Para o Nordeste, a previsão climática indica condições favoráveis de chuva abaixo da média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“A continuidade da chuva mais irregular nestas áreas está associada aos impactos de El Niño e aquecimento anômalo das águas do oceano Atlântico Tropical Norte. Porém, não são descartados eventos pontuais de chuva intensa que, localmente, podem ocasionar algum tipo de impacto, especialmente na faixa leste”, explica o instituto.
Neste período do ano, as chuvas são mais escassas no interior do Brasil, incluindo o semiárido nordestino. As partes litorâneas do Nordeste, onde está o leste de Pernambuco, e a Região Amazônica ainda registram um volume considerável de chuvas, especialmente se houver persistência do sistema atmosférico denominado Zona de Convergência Intertropical (Zcit)
Blog do Edenevaldo Alves
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