O Governo de Pernambuco lançou, de forma oficial, nesta quarta-feira (16), o Programa Águas de Pernambuco.
A meta é combater a escassez hídrica e melhorar a infraestrutura de saneamento no estado.
A iniciativa conta com um investimento total de R$ 6,1 bilhões, distribuídos entre projetos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a serem executados nos próximos anos.
Desse total, R$ 4 bilhões são da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
O abastecimento de água dos pernambucanos tem sido definido pelas condições naturais do estado com a menor disponibilidade hídrica do país, situação agravada pelo avanço das mudanças climáticas que têm determinado, entre outros acontecimentos, períodos de seca severos
O programa é dividido em quatro eixos principais: Segurança Hídrica, Abastecimento de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto, e Saneamento Rural. Com essa estrutura, o Governo pretende atender diversas regiões do estado e enfrentar as dificuldades históricas que impactam o cotidiano de milhões de pernambucanos.
Segurança Hídrica
O eixo de Segurança Hídrica receberá R$ 959,4 milhões, focados na construção de novas barragens e na manutenção da infraestrutura hídrica existente.
Dentre os projetos destacados está a conclusão da Barragem Panelas II, que visa a contenção de enchentes na Zona da Mata Sul, além da retomada de outras barragens como Gatos e Ipanema II, que estavam paralisadas.
Abastecimento de Água
Já o Abastecimento de Água, com R$ 2 bilhões de investimento, prevê a ampliação da cobertura de serviços de abastecimento e a redução do rodízio em diversas cidades. Obras de grande porte, como as adutoras do Agreste, Alto Capibaribe e Serro Azul, prometem revolucionar o fornecimento de água em regiões críticas.
Além disso, serão construídas novas unidades de tratamento e produção de água, e melhorias serão feitas nos sistemas já existentes, beneficiando localidades como Caruaru e Petrolina.
Esgotamento Sanitário
Na área de Coleta e Tratamento de Esgoto, serão destinados R$ 1,7 bilhão através de parcerias Público-Privadas (PPP), com a expectativa de ampliar significativamente a cobertura de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife e no interior. A previsão é que mais de R$ 8 bilhões sejam investidos até a conclusão do programa, beneficiando cerca de 283 mil pessoas.
Dentre as obras, destaque para o esgotamento sanitário dos morros da Zona Norte do Recife; Prazeres; Várzea; Cabanga (segunda etapa útil). Ainda no Recife, atendimento aos bairros de Dois Unidos, Boa Viagem, Imbiribeira e Cordeiro.
Saneamento Rural
O Saneamento Rural também terá atenção especial, com investimentos de R$ 316,2 milhões inicialmente e previsão de mais R$ 600 milhões em 2025. O objetivo é implantar sistemas de abastecimento e tratamento de água em áreas rurais, com ações como a perfuração de poços e a instalação de sistemas de dessalinização com energia solar.
Os primeiros municípios que serão beneficiados são Flores, Serra Talhada, Betânia, Bezerros, Cabrobó, Caruaru, Jataúba, Palmares, Petrolândia, Tupanatinga e Vitória de Santo Antão. A grande meta é atender 1,2 milhão de pessoas de 106 municípios.
Gestão
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) está à frente da execução da Política Estadual de Recursos Hídricos, garantindo que as ações de monitoramento e gestão da água sejam realizadas de forma sustentável. A APAC também é responsável por monitorar o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), que traz água para áreas do estado historicamente afetadas pela seca.
Esses planos têm como objetivo traçar diretrizes e metas para garantir a sustentabilidade hídrica, prevenir desastres naturais, como enchentes e secas, e melhorar a qualidade da água disponível para consumo e atividades econômicas.
Próximas ações
O programa tem como meta se alinhar ao Novo Marco Legal de Saneamento, com um investimento total de R$ 22 bilhões. Entre as principais estratégias, estão a concessão dos serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto, além da Parceria Público-Privada para a construção da barragem Engenho Maranhão no rio Ipojuca. Essas ações estão em fase avançada de estudos pelo BNDES
Outro objetivo crucial é garantir o fornecimento de água para sistemas produtivos, impulsionando o desenvolvimento econômico regional, especialmente na agricultura irrigada. No sertão, há mais de 100 mil hectares com potencial agrícola, e o Governo pretende iniciar estudos sobre as fontes hídricas disponíveis e os solos. A revitalização dos perímetros irrigados também será uma prioridade, visando fortalecer a produção de alimentos e a agroindústria no estado