A tão esperada redenção do abastecimento de água para a população do Agreste pernambucano está na Adutora do Agreste, alimentado pelo Eixo Leste da Transposição. Em sua primeira etapa, a obra compreende três estações de bombeamento, uma estação de tratamento de água e 790 quilômetros de tubulações, dos quais 716 quilômetros já foram assentados nessa primeira etapa da obra, total de 91% de adutoras executadas. Quando da sua conclusão, prevista para 2026, vai funcionar de forma integrada ainda com a Adutora do Moxotó, o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga, Adutora do Alto Capibaribe e Adutora de Serro Azul.
A primeira etapa da Adutora do Agreste é executada com recursos do Governo Federal e do Estado de Pernambuco, por meio de convênio. O empreendimento foi iniciado em 2013 e representa um investimento de cerca de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,48 bilhão já foram investidos na obra. Sua finalização irá beneficiar mais de 1 milhão de pessoas com uma oferta de água de 2.000 litros por segundo.
Antes mesmo da conclusão da primeira etapa da obra, novas cidades estão sendo beneficiadas. Um exemplo é a obra de interligação que está sendo executada pela Compesa para minimizar o impacto da escassez hídrica na região do Agreste. Com a conclusão da obra, a Estação de Tratamento de Água-ETA Salgado, em Caruaru, passará a receber um reforço de 400 litros de água por segundo (l/s) do Rio São Francisco, por meio da Adutora do Agreste. Atualmente, Caruaru já recebe 200 l/s da Transposição do Rio São Francisco, e, com essa iniciativa, passará a contar com um total de 600 l/s. Já a água que era destinada a Caruaru via Sistema Jucazinho será direcionada, exclusivamente, para as demais cidades atendidas por esse sistema, que é alimentado pela barragem de Jucazinho, reservatório que está em nível crítico de armazenamento.
O presidente da Compesa, Alex Campos, destaca a chegada da água do Velho Chico a cidades do Agreste com os avanços da primeira etapa da adutora, que caminha para a conclusão. “A entrega de cada etapa da Adutora do Agreste tem sido celebrada com muito entusiasmo, uma vez que o Governo do Estado tem empenhado grandes esforços em dar celeridade à conclusão da obra e a Compesa cumprido, de forma exitosa, a sua missão como executora. Quando finalizada, a obra será um exemplo de integração de sistemas de abastecimento, consolidando uma das mais importantes iniciativas de infraestrutura hídrica do país”, pontua Campos.
Atualmente, a estatal executa três trechos da obra: Caruaru a Gravatá, passando por Bezerros; São Bento do Una a Brejo da Madre de Deus; e Caruaru a Santa Cruz do Capibaribe, passando por Toritama. A expectativa é que esses trechos da obra sejam concluídos ainda este ano.
ALTO DO CAPIBARIBE E SERRO AZUL
A Adutora do Alto Capibaribe foi inaugurada em dezembro do ano passado, com 70 quilômetros de extensão. A obra já beneficia o município de Santa Cruz do Capibaribe com a chegada das águas do Rio São Francisco à Estação de Tratamento de Água Poço Fundo 1 e atualmente estão sendo executadas as intervenções para melhoria do abastecimento na cidade de Jataúba. O investimento de R$ 92 milhões foi conveniado entre o Governo Federal e o Governo de Pernambuco. A Adutora do Alto Capibaribe parte do Rio Paraíba, que foi perenizado pela Transposição do São Francisco, em Barra de São Miguel, na Paraíba, município que também é atendido pelo sistema.
Já a adutora de Serro Azul transportará água da barragem de Serro Azul, em Palmares, por 58 quilômetros até a interligação da Adutora do Agreste, entre os municípios de Caruaru e Bezerros. O sistema ampliará a oferta de água das cidades de Belo Jardim, Bezerros, Caruaru, Gravatá, Sairé (distrito de Insurreição), Sanharó, Santa Cruz do Capibaribe, São Bento do Una, São Caetano, Tacaimbó e Toritama. O empreendimento está 97% concluído e em fase de testes. A Adutora de Serro Azul é um investimento da ordem de R$ 250 milhões e que beneficiará cerca de 1 milhão de pessoas.
CAMINHOS DA TRANSPOSIÇÃO
O caminho das águas da transposição em Pernambuco, obra executada pelo Governo Federal, começa, pelo Eixo Leste, no município de Floresta, distante 438 quilômetros do Recife. Na cidade, a água é captada no Reservatório de Itaparica e percorre cerca de 13 quilômetros até o Reservatório Areias, passando antes pela primeira estação de bombeamento (EBV-1) e o Aqueduto da BR-316. A partir deste ponto, as águas percorrem pelo menos mais quatro aquedutos, cinco estações de bombeamento e uma dezena de reservatórios até desembocar no Reservatório Barro Branco, no município de Sertânia, que abastece o Ramal do Agreste. São mais de 180 quilômetros desde a captação de água em Floresta até o Ramal do Agreste, que leva água até o Reservatório de Ipojuca, em Arcoverde, onde tem início a Adutora do Agreste. É esse conjunto de infraestruturas que cumpre a missão de ser hoje uma das principais fontes de abastecimento de água para a população do Agreste.
Além de Floresta, o Eixo Leste da Transposição passa em Pernambuco pelos municípios de Betânia, Custódia e Sertânia e só termina no leito do Rio Paraíba, em Monteiro (PB). São 217 quilômetros de estruturas ao logo de todo esse eixo. Mas é partir do Ramal do Agreste, em Ipojuca, que nasce o maior sistema adutor de água do Brasil e um dos maiores do mundo, a Adutora do Agreste. Pelo empreendimento, também integrado com a Adutora do Moxotó, são atendidos hoje em Pernambuco os municípios de Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano e Caruaru, além de distritos de Brejo da Madre de Deus
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