O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), informou, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12.08), que o sequenciamento genético das amostras de pacientes positivos para a Covid-19 feito pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE) confirmou dois casos da variante Delta, originária da Índia. Essa é a primeira vez que essa cepa é identificada em pacientes pernambucanos. São dois homens residentes na Região Metropolitana do Recife – um em Abreu e Lima, com 24 anos, e outro em Olinda, com 49 – que tiveram o início dos sintomas no dia 15 de julho.
Os pacientes foram notificados no sistema e-SUS, voltado para os casos leves da doença, sem necessidade de hospitalização, e evoluíram para cura. No entanto, a área técnica da SES-PE já determinou a investigação epidemiológica nos dois municípios, para identificação de possíveis contatos. Caso existam casos interligados, haverá atuação para quebrar a cadeia de transmissão.
A SES informou ainda que dará todo o apoio necessário, também na verificação se já há transmissão comunitária (quando não é possível identificar a origem da contaminação) da variante Delta no território pernambucano. Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, a identificação dos pacientes só reforça a necessidade de manutenção do cuidado e a importância de avançar na vacinação, que deve ter o esquema completo com duas doses.
Nessa análise preliminar, a SES-PE já identificou que os homens tomaram a vacina contra a Covid-19, o que pode ter auxiliado para que os sintomas fossem leves. De acordo com o sistema de informação do Ministério da Saúde, o homem de 24 anos completou o esquema vacinal em março, com a vacina da Coronavac/Butantan, e o de 49 anos fez a primeira dose da Pfizer em meados de maio.
“A vacinação é uma estratégia de saúde coletiva e nenhum imunizante tem 100% de eficácia. Por isso, precisamos do maior número de pessoas vacinadas, bem como a manutenção dos cuidados, para diminuir a circulação do vírus e garantir proteção a todos. As vacinas comprovadamente protegem e podem salvar a sua vida”, reiterou André Longo, alertando para o cronograma da segunda dose.
O pediatra Eduardo Jorge, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), participou da coletiva e garantiu a segurança e eficácia das vacinas atualmente em uso no Brasil. “Sabemos que para essa variante, o escape da resposta da vacina é um pouco maior do que as cepas anteriores, e que é importantíssimo ter as duas doses”, ratificou.
RELATÓRIO – Das 52 amostras biológicas analisadas pelo Instituto Aggeu Magalhães, 49 (94%) apresentaram a variante Gama (P.1), que também foi predominante nos trabalhos anteriores. Além dos dois casos da Delta, uma apresentou a variante B.1, que não é considerada de preocupação.
“O que tem se observado é que a introdução da variante Delta tem sido mais lenta em outros locais. Atribui-se que, pela presença da variante P.1, temos uma competição entre as cepas. Por isso, não é tão simples a predominância da variante Delta, ainda mais em um cenário de expansão da vacinação”, explicou André Longo, acrescentando que com base nesses casos detectados agora, que são do mês de julho, é possível perceber que, se houvesse um surto da Delta os indicadores, que estão em queda, já apresentariam alguma diferença. Anteriormente, o Aggeu Magalhães havia identificado cinco casos da variante Delta, mas em tripulantes filipinos de um navio, que precisou atracar no Estado para que recebessem atendimento médico.
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