Do mesmo jeito que o PSB e a Frente Popular ainda não se definiram pelo nome que vai representar o grupo na eleição de governador do ano que vem, apresentando, para isso, quatro opções; Jair Bolsonaro também não decidiu quem vai apoiar para o Palácio do Campo das Princesas. A exemplo dos socialistas, o presidente da República também está entre quatro aliados para escolher quem vai segurar o estandarte do Bolsonarismo em Pernambuco.
Hoje, a Coluna FalaPE vai trazer os quatro nomes que, nas internas, disputam a vaga de cabeça de chapa. Já adiantamos que os prefeitos e pré-candidatos Miguel Coelho (Petrolina) e Anderson Ferreira (Jaboatão dos Guararapes) não estão nessa lista. Apesar de aliados no papel, na prática os dois têm procurado afastar suas pré-candidaturas do espectro de apoio do presidente da República.
Se o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, é o mais cotado quadro do PSB para concorrer a governador – ainda que ele negue isso -, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, é o preferido de Bolsonaro para representá-lo em Pernambuco. Assim como Geraldo, Gilson Neto não fala sobre a candidatura ao Palácio abertamente. Vindo de uma família política tradicional, o ministro do Turismo é o mais próximo do presidente da República, de quem era amigo antes mesmo de Bolsonaro sonhar em torna-se chefe do Executivo nacional.
Gilson é a estrela do Bolsonarismo no estado. Anda a tiracolo com outros ministros em todas as agendas do Governo Federal em Pernambuco; mesmo quando a pauta não tem nada a ver com o Turismo. Nos eventos, fala sempre por último, onde, antes de tocar a sua famigerada sanfona, pronuncia todos os argumentos caros ao Bolsonarismo, reproduzidos pelo grupo nacionalmente. Gilson é a cópia do chefe. É como se fosse o Bolsonaro de Pernambuco.
Dentro do universo do Bolsonarismo, Gilson Machado Neto é quem melhor personifica o ideário pelas bandas de cá. Na escala de proximidade do presidente, o ministro do Turismo desfruta de total acesso à cozinha do ex-capitão. Tem sua confiança, pensa como ele – uma coisa que Bolsonaro ama – e tem fidelidade canina; sendo capaz de qualquer coisa pela “causa”. Foi Gilson, aliás, quem estava na garupa do presidente na motociata em Pernambuco. Para quem conhece um pouco do modus operandi do presidente, aquele gesto foi o aval do chefe e o lançamento da sua candidatura.
Agora, caso o ministro do Turismo não seja o candidato a governador, preferindo ir para uma eleição mais segura de deputado federal, ou mesmo optar pelo Senado, dois outro nomes figuram como possibilidade. Com ascensão meteórica no Bolsonarismo, a deputada estadual Clarissa Tércio está doida para ser a escolhida. Faz de tudo para agradar Bolsonaro e se colocar como opção. De reproduzir o discurso do presidente a defendê-lo nas redes sociais, Clarissa, que teria reeleição assegurada, topa muito abrir mão da zona de conforto para sair ao Palácio.
Quais os pontos pró-Clarissa? É mulher, disputaria em pé de igualdade contra Fernandha Batista, secretária estadual de Infraestrutura e nome cogitado pelo PSB, Marília Arraes (deputada federal) e Raquel Lyra (prefeita de Caruaru); essas duas últimas alternativas da oposição não-bolsonarista. Outra vantagem competitiva da filha do poderoso Pastor Tércio, da Igreja Novas de Paz, é, justamente, a religião. Ela é evangélica, um público muito ligado a Bolsonaro, e tem uma estrutura forte da igreja e dos fiéis para trabalhar por ela. Está na luta e tenta a todo momento viabilizar-se.
Também amigo do presidente, apresentado por Gilson Neto, inclusive, o novo presidente estadual do PTB, Coronel Meira, é outro que se coloca como possível nome do grupo para o Palácio. Meira, aliás, recebeu o comando do PTB para esse motivo. Presidente nacional dos trabalhistas, o ex-deputado Roberto Jefferson está preso por peitar o Supremo Tribunal Federal e defender as pautas do presidente. Meira, por sinal, seria o candidato de Bolsonaro em 2018, caso o seu partido à época não tivesse desistido de concorrer para apoiar a reeleição de Paulo Câmara em uma manobra do PSB até hoje criticada pelo coronel.
A lista termina com outro deputado estadual neo-bolsonarista, que tem ocupado cada vez mais espaço na mídia e entre os simpatizantes do presidente. Trata-se do Coronel Feitosa, que, até pouco tempo atrás, era secretário nas gestões do PSB em Pernambuco e no Recife. Depois de uma guinada de 180 graus, Feitosa agora é um aguerrido bastião do Bolsonarismo, que mata e morre pelo ex-capitão. Político profissional e experiente, o parlamentar deve concorrer mesmo é à reeleição. Mas, sua pré-candidatura a governador não pode ser descartada. Ainda que como menos força que os outros, Feitosa está no jogo
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