Oficialmente, a visita do ex-ministro Sérgio Moro a Pernambuco teve como justificativa o lançamento do seu livro, onde o ex-juiz revela bastidores da badalada Operação Lava-Jato e a sua conturbada passagem pelo Governo Bolsonaro - ele lotou, nesse domingo (5), o teatro do Shopping RioMar, no Recife, de simpatizantes, apoiadores e políticos da Direita.
Na prática, a visita se resumiu ao lançamento da pré-candidatura de Sérgio Moro a presidente. Além de falar sobre seu tema preferido: o combate à corrupção, que deve ser a plataforma da sua campanha, o ex-ministro se vestiu de candidato e antecipou o que vai ser o seu discurso para ganhar o coração e a mente dos brasileiros.
Moro condenou a soltura do ex-presidente Lula, classificando o episódio como o "maior erro do Judiciário"; acusou seu ex-chefe, Jair Bolsonaro, de não estar nem aí para o combate à corrupção. Até de chapéu de vaqueiro, em um típica cena de candidato a presidente do Sul quando vem ao Nordeste, o ex-juiz posou.
O que Sérgio Moro quer de Pernambuco e do Nordeste como um todo - uma região notadamente lulista - são os votos, sobretudo, das classes mais abastadas que não aguentam ouvir falar no nome do ex-presidente metalúrgico; e se sentem "enganados" por Bolsonaro, em quem apostaram três anos atrás.
Portanto, se Moro fizer o cálculo eleitoral correto, vai perceber que, em um primeiro momento, seu adversário no Nordeste é Bolsonaro e não Lula. O ex-ministro briga pelo segundo lugar na região no 1º turno. Por conta disso, a estratégia de lançar seu livro por aqui e insistir de forma primordial nas mazelas do atual presidente e não do ex.
Ciente dessa estratégia, Bolsonaro deve preparar logo, logo mais uma ofensiva na região para conter o avanço de Moro e a sua própria queda. Enquanto isso, Lula segue na liderança torcendo para os dois adversários mais próximos tirarem um votos do outro. O jogo está esquentando!
O povo quer saber: Moro supera Bolsonaro no Nordeste?
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