Se fizermos uma espécie de cronologia dos fatos de 2021 para a oposição em Pernambuco, chegaremos a conclusões reveladoras para o que pode ser o panorama do grupo no ano que vem, quando teremos eleições gerais em todo o país. No frigir dos ovos, temos como apurado movimentos bem delimitados das principais forças que integram esse bloco. E o resultado certamente influenciará em 2022.
Prefeito de Petrolina até então com um governo muito bem avaliado na capital do Sertão, Miguel Coelho começou grande e terminará pequeno. Alguns motivos são responsáveis por isso; o principal é o afastamento do seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, do presidente Bolsonaro, e, com isso, o fechamento da torneira de dinheiro federal para a cidade. Miguel vai entrar em 22 com uma pré-candidatura combalida e sem dinheiro para fazer de sua gestão um modelo.
Fora isso, há outro elemento bem claro na política que Miguel não conseguiu lograr êxito. Apesar de ousado e destemido (características essenciais para quem deseja ter sucesso), o prefeito não juntou outras forças em torno do seu projeto. Pelo contrário, a forma atabalhoada como se movimentou fez afastar do seu palanque nomes de peso da oposição, fundamentais para os planos de quem quer chegar ao Palácio do Campo das Princesas.
É nesse contexto que levamos o debate para outro nome da oposição estadual: a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra. Ao contrário do colega petrolinense, Raquel respeitou os ritos, construiu alianças sólidas e terminou o ano como o nome mais viável para tirar o PSB do Governo de Pernambuco em 2022.
Ao lado de Raquel, que lidera a corrida pelo palácio, estão quadros do quilate do ex-senador Armando Monteiro Neto, todo o PSDB; além de legendas como o Cidadania do deputado federal Daniel Coelho e a deputada estadual Priscila Krause, que abriu uma dissidência no seu partido para caminhar com Raquel. A prefeita de Caruaru ainda conversa com nomes da esquerda insatisfeitos com com a condução do PSB.
Por fim, temos o terceiro nome da oposição ventilado para a majoritária de 22: Anderson Ferreira. O prefeito de Jaboatão dos Guararapes é esperto, não foi para a linha de frente e se manteve à espreita sem assumir uma posição que possa ser irreversível no pleito vindouro. A expectativa é que Anderson, que está com Raquel, componha a chapa da prefeita de Caruaru como candidato ao Senado. É aguardar para ver; 2022 será animado!
O povo quer saber: ainda tem alguma possibilidade de oposição se juntar em uma única chapa?
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