Entre o Natal de 2021 e o início de 2022, Lucinha Mota completou uma peregrinação de mais de 700 km para chegar a Recife e se encontrar com o governador Paulo Câmara. Ela deixou Petrolina, no dia 5 de dezembro, mas sua caminhada em busca de justiça pela morte da filha, Beatriz, começou há muito mais tempo: em 2015, quando a criança, na época com 7 anos, foi morta com 42 facadas durante uma festa, na escola, com mais de duas mil pessoas.
A caminhada foi planejada com antecedência, por pelo menos 10 meses. Lucinha e o marido, Sandro, que era professor na escola onde ocorreu o crime, paravam a cada 3 horas para se hidratarem e se alimentarem. A cada 8 km pelas estradas, trocavam curativos e cuidavam dos pés. A equipe de reportagem acompanhou alguns trechos, viu as dificuldades e o carinho que o povo das cidades no caminho transmitia aos caminhantes.
Depois do assassinato de Beatriz, Lucinha enfrentou uma depressão profunda e perdeu mais de 30 kg. Mas ela buscou forças, cursou faculdade de direito, para acompanhar o caso de perto, e passou a praticar exercícios físicos diariamente.
A família também critica a atuação da Polícia Civil no caso. O inquérito já teve oito delegados, sete perícias, mas ninguém foi preso. A imagem de uma câmera de segurança mostrando um provável suspeito chegou a circular, mas a polícia não conseguiu identificá-lo.
“A Polícia de Pernambuco sabotou o inquérito da Beatriz e, agora, ela tem a oportunidade de corrigir esse erro, mas ela escolheu simplesmente acolher e proteger os assassinos. É isso que a Polícia Civil de Pernambuco está fazendo, porque um governo que tolera impunidade é cúmplice da criminalidade”, desabafou Lucinha ao Fantástico da Rede Globo
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