Em 2021, Pernambuco teve a maior taxa de desemprego registrada em todo o Brasil. O índice atingiu 19,9% da população com idade para trabalhar. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostram também que esse foi o maior percentual já atingido pelo estado desde o início do levantamento, em 2012.
Ainda de acordo com o IBGE, em 2020, a taxa de desocupação no estado ficou em 17,2%. O instituto informou que, em 2021, 831 mil pessoas procuraram emprego e não encontraram. Isso significa 25,5% a mais do que o registrado no ano anterior.
“O avanço da vacinação contra a Covid e a flexibilização do distanciamento social ocasionado pela pandemia foram alguns dos motivos pelos quais mais pessoas voltaram a procurar trabalho no ano passado após ficarem inativas em 2020”, informou documento divulgado pelo IBGE.
Ainda de acordo com o instituto, outro fator importante a ser levado em conta é o pagamento de auxílios em dinheiro durante períodos da pandemia.
Além disso, para o IBGE, é necessário analisar o problema do fechamento de escolas e a evasão escolar de jovens durante a pandemia.
Sem acesso a estudos e com dificuldades financeiras, parte dessas pessoas passou a buscar ocupação para auxiliar nas despesas domésticas, de acordo com a avaliação do instituto.
No país, o desemprego caiu de 13,8%, em 2020, para 13,2% no ano passado. O IBGE também apontou recuo para 11,1% no trimestre encerrado em dezembro.
No entanto, o levantamento nacional mostra que a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros. É o menor índice desde o quarto trimestre de 2019, quando também ficou em 11,1%.
Informalidade
A pesquisa apontou que a taxa de informalidade subiu de 48%, em 2020, para 51,1%, em 2021, em Pernambuco.
Estão nessa relação os trabalhadores sem carteira, incluindo os domésticos, os empregadores sem CNPJ e os trabalhadores familiares auxiliares.
Assim o estado ficou com o oitavo maior percentual do país, empatado com a Paraíba. Ao todo, 1,737 milhão de pessoas trabalharam na informalidade em algum momento de 2021, em Pernambuco.
Para o IBGE, o resultado pode ser explicado pela volta de vários dos trabalhadores informais aos postos que haviam deixado de ocupar em 2020 por causa da pandemia.
Também houve um aumento da população na força de trabalho, que chegou a 4,1 milhões de pessoas, em 2021, contra 3,8 milhões, em 2020. Isso representa uma alta de 8,5%.
Esse grupo é composto pela soma de trabalhadores ocupados e trabalhadores desocupados. “Enquanto mais pessoas voltaram a buscar trabalho, o rendimento médio habitual de todos os trabalhos em 2021 foi de R$ 1.837, o menor desde o início da PNAD Contínua”, explicou o IBGE.
Outro dado que chama a atenção no levantamento é a queda de 8,1% no número de pessoas desalentadas. Ele passou de 367 mil, em 2020, para 338 mil, no ano passado.
A população desalentada é definida como aquela que está fora da força de trabalho, que não havia realizado busca efetiva por trabalho,
Os motivos são os seguintes: não conseguir trabalho, ou não ter experiência, ou ser muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho em sua localidade e que, se tivesse encontrado trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Quarto trimestre de 2021
A PNAD Contínua também apresentou dados sobre o quarto trimestre de 2021. A taxa de desocupação recuou para 17,1% da população em idade de trabalhar, em Pernambuco.
A queda no desemprego foi de 2,2%, em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando a taxa chegou a 19,3%.
Mesmo assim, o estado teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás do Amapá (17,5%) e da Bahia (17,3%).
Em números absolutos, 723 mil pessoas procuraram emprego entre outubro, novembro e dezembro e não encontraram. Foram 83 mil pessoas desocupadas a menos em relação ao trimestre anterior.
O número também é menor em comparação ao quarto trimestre de 2020, quando 775 mil pessoas, ou 19,4% da população em idade de trabalhar, procuraram trabalho, mas não encontraram.
Ocupados
O número de pessoas ocupadas em Pernambuco subiu de 3,3 milhões de pessoas, no terceiro trimestre deste ano, para 3,4 milhões, no quarto trimestre. Isso representa um aumento de 3,6%, ou 120 mil pessoas a mais.
O número de empregados do setor privado cresceu 5,9%, no acumulado de outubro a dezembro frente ao trimestre anterior, chegando a 1,5 milhão de pessoas.
O saldo é de 89 mil pessoas a mais. Outro destaque na PNAD Contínua foi o aumento na quantidade de trabalhadores domésticos sem carteira. Esse número passou de 134 mil para 156 mil pessoas, um avanço de 16,6%.
A taxa de informalidade passou de 52,1% da população ocupada, no terceiro trimestre de 2021, para 52,6%, no último trimestre do ano passado.
O percentual equivale a 1,8 milhão de pessoas. A PNAD Contínua mostrou, ainda, que os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, alcançou 362 mil pessoas, no quarto trimestre de 2021. O aumento foi de 11,6%, diante dos dados do período anterior.
O rendimento médio habitual das pessoas ocupadas, no entanto, caiu 3,3% no acumulado de outubro a dezembro, em relação ao trimestre anterior e chegou a R$ 1.709, o menor rendimento desde 2018. Quando se compara com o último trimestre de 2020, a perda chega a 10,5%
G1
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