A Prefeitura de Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, resolveu cancelar dois shows na Festa Setembro 2022 com os cantores Gusttavo Lima e Wesley Safadão, após receber recomendação do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPC-PE), assinada pela procuradora Germana Laureano.
Gusttavo Lima iria receber R$ 1 milhão por um show. Wesley Safadão iria receber “apenas” R$ 700 mil. Ambos foram contratados sem licitação pela prefeita Márcia Conrado (PT).
Ao cancelar os shows, a prefeitura chegou a se vitimizar, alegando ter sofrido supostas fake news.
O Blog de Jamildo agora teve acesso exclusivo ao relatório oficial do TCE, que analisou as duas contratações.
Os auditores do TCE apontaram um suposto sobrepreço nos dois shows por parte da gestão da prefeita Márcia Conrado, de Serra Talhada.
Os técnicos do TCE listaram várias prefeituras que pagaram um preço bem menos aos dois artistas em recentes datas de 2022.
“Conforme se demonstra na tabela abaixo, as empresas representantes dos cantores Gustavo Lima e Wesley Safadão praticaram preços bem menores do apresentado à Prefeitura de Serra Talhada. Naturalmente, os representantes dos cantores, buscando maximizar seus lucros, apresentam como referência de cachês seus contratos e notas fiscais de valores mais altos”, diz o relatório oficial do TCE.
Gusttavo Lima, que queria cobrar R$ 1 milhão de Serra Talhada, cobrou “apenas” R$ 600 mil da Prefeitura de Conceição do Araguaia, na Bahia, por um show realizado em 29 de junho deste ano.
Segundo os auditores do TCE, ficou supostamente caracterizado um sobrepreço de R$ 404 mil na tentativa de contratação de Gusttavo Lima em Serra Talhada.
Já Wesley Safadão queria cobrar R$ 700 mil de Serra Talhada. O artista cobrou “apenas” R$ 450 mil da Prefeitura de Areia Branca, em Sergipe, por um show realizado em 3 de junho deste ano, segundo os auditores do TCE.
O relatório do órgão aponta um suposto sobrepreço de R$ 250 mil na contratação de Safadão. Os auditores do TCE criticaram a gestão da prefeita Márcia Conrado por não tentar negociar os valores com os dois cantores nacionais.
Segundo o TCE, a prefeita aceitou os valores inicialmente propostos pelos dois artistas.
“Cabia aos técnicos, na fase de planejamento, realizar diligência a fim de buscar outras referências de preços e negociar com o prestador, de modo a se chegar a valores que representassem efetivamente o preço de mercado da respectiva atração artística. Contudo, não há nos autos qualquer evidência de negociação de valores, tendo o gestor da Prefeitura acatado o valor proposto pelo artista sem qualquer contestação”, criticam os auditores do TCE, no relatório oficial.
Outra crítica da procuradora Germana Laureano, do MPC-PE, foi que a gestão municipal estava gastando os valores milionários com os dois artistas, mas, segundo o relatório do TCE, tinha “parcelas vencidos e não pagos de Termos de Parcelamento junto ao regime próprio de previdência no valor de R$ 5.460.633,89, sendo R$ 1.625.245,41 de juros e multas”.
Fica aberto o espaço aos dois artistas e à prefeita, caso queiram prestar esclarecimentos
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