A intenção não é novidade em Pernambuco, mas a privatização de rodovias voltou a ser tema de discussão no Estado. O novo governo de Pernambuco quer e vai retomar a discussão sobre a implantação de pedágio em algumas das rodovias estratégicas para o desenvolvimento econômico estadual. E na discussão vão entrar tanto as rodovias estaduais como as federais.
No pacote vão estar a BR-232, eixo estruturador para o Interior de Pernambuco e que já fez parte de estudos de privatização em governos passados. Além dela, a BR-104, outro corredor estratégico que corta o Agreste pernambucano, e a PE-60, rodovia estadual que compõe a principal rota de acesso ao Litoral Sul de Pernambuco, maior destino turístico do Estado e onde estão as Praias de Porto de Galinhas e Carneiros, por exemplo.
Em entrevista à Rádio Jornal, o secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, Evandro Avelar, falou sobre a retomada dos estudos de concessão ao ser questionado sobre as soluções mais efetivas e de longo prazo diante da situação da malha rodoviária.
60% das estradas de Pernambuco estão ruins
Avelar afirmou, inclusive, que atualmente 60% da malha rodoviária pernambucana está em situação precária. “As concessões de rodovias têm um estigma em Pernambuco que precisa ser rompido. No Sudeste e Sul do País, por exemplo, o processo está consolidado. Se tem ganhos públicos, ele é operado. Precisamos fazer o mesmo aqui”, disse.
Segundo o secretário, o governo de Pernambuco quer colocar os estudos na mesa e discutir o processo com tranquilidade porque sabe que o poder público não tem condições de assumir a manutenção e construção de rodovias. E usou as BRs 232 e 104 como exemplo.
“A BR-232 é um exemplo. Serão mais de R$ 250 milhões para recuperar os 130 quilômetros entre Recife e Caruaru. Outro exemplo é a BR-104, que tem um trecho da duplicação incompleto na altura de Toritama”, citou.
“O Estado Brasileiro não tem capacidade para manter estradas e, só com elas, o desenvolvimento chega. Não tenho dúvidas de que devemos discutir. Está na nossa pauta e vamos discutir. E onde a proposta se mostrar viável sob a ótica do interesse público, iremos fazer”, finalizou.
A trafegabilidade segura da BR-232 está tão comprometida que, na visão de entidades de engenharia, a restauração dos 130 quilômetros entre o Recife e o município de Caruaru, no Agreste pernambucano, é necessária e urgente.
E o argumento de que não existe recurso para isso é inaceitável. Pelo menos essa é a visão de duas entidades de peso na engenharia civil brasileira: o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) e a Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc).
Pelos últimos cálculos feitos pelo governo de Pernambuco, ainda na gestão do PSB, a recuperação dos 130 quilômetros até Caruaru custaria pelo menos R$ 200 milhões. Já se falou, inclusive, numa quantia entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões
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