Para quase três milhões de eleitores pernambucanos, o primeiro turno pode ser apenas uma etapa das eleições municipais de 2024. Em cidades com mais de 200 mil eleitores, existe a possibilidade de uma segunda rodada para definir o novo prefeito.
Em outros lugares, há candidatos em fase de investigação na Justiça. São os "pendurados".
Por isso, ir às urnas no domingo (6) pode ser apenas uma etapa da "maratona eleitoral" e muita coisa tende a ficar para depois.
Entenda os casos
Só seis cidades de todo o Estado possuem mais de 200 mil habitantes: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Caruaru e Petrolina. Em tese, todas elas poderiam ter segundo turno. Mas não é bem assim.
Pesquisas eleitorais mostram que três delas estão encaminhadas para um segundo turno, marcado para o dia 27 de outubro.
No Recife, a pesquisa DataFolha, divulgada em 4 de outubro, apontou João Campos (PSB) com 74% das intenções de voto, uma larga vantagem acima do segundo colocado, Gilson Machado (PL), que teve 10%.
A pesquisa tem 95% de índice de confiança e uma margem de erro de 3 pontos para mais ou para menos. A cidade é uma das quatro capitais do Nordeste - Recife, Salvador, Maceió e São Luís - que já tem o resultado consolidado, ao se analisar as pesquisas de intenção de voto.
Na Região Metropolitana, Jaboatão dos Guararapes, com 487.903 mil eleitores, pode ter o candidato à reeleição Mano Medeiros (PL) eleito no primeiro turno. Isso porque na pesquisa Exatta, divulgada neste sábado (5), Medeiros aparece 49,25% das intenções de voto. Na segunda colocação, Clarissa Tércio (PP) e Elias Gomes (PT) aparecem empatados, com 21,32% e 21,02%, respectivamente. O candidato Daniel Alves (Avante) soma 8,41%.
Com 238.587 eleitores, Petrolina se junta como uma das três cidades que, por conta do colégio, podem ter um segundo turno em Pernambuco, mas, mediante as pesquisas recentes, não terá. Na Ipespe divulgada, nessa quinta (3), Simão Durando (UB) está na liderança com 55% das intenções de voto. O candidato se elegeu em 2020 como vice-prefeito de Miguel Coelho (UB) e assumiu a prefeitura após Coelho se candidatar à gestão estadual em 2022. O segundo colocado na disputa, Dr. Julio (PSDB) tem 23%, Odacy Amorim (PT) e Lara Cavalcanti (PL) têm 6% cada.
Olinda, por outro lado, tem o cenário incerto de quem estará no segundo turno. No levantamento divulgado em 30 de setembro, pela Ipespe, Mirela Almeida (PSD) aparece na liderança com 25% das intenções de voto, sendo seguida por Izabel Urquiza (PL) e Vini Castello (PT) com 18% ambos e Antonio Campos (PRTB), 12%. Com margem de erro de 4,5 para mais ou menos e confiança de 95%, os três candidatos estão tecnicamente empatados.
Ainda no Grande Recife, a pesquisa da Real Time Big Data, divulgada em 2 de outubro, aponta que Paulista terá um segundo turno entre os candidatos Júnior Matuto (PSB), 34%, e Ramos (PSDB), 28%. Com margem de 3%, os prefeituráveis estão empatados.
Na maior cidade do Agreste do Estado, Caruaru, a disputa acontece entre o vice de Raquel Lyra (PSDB), que assumiu a cidade após a saída da governadora para buscar o pleito estadual em 2022, contra o candidato de João Campos. Na pesquisa Simplex Consultoria, divulgada em 2 de outubro, Rodrigo Pinheiro (PSDB), 39,4%, está tecnicamente empatado com Zé Queiroz (PDT), 32%.
Eleições em julgamento
Algumas cidades ainda podem ter uma eleição diferente por terem candidatos ainda em julgamento. Isso pode acontecer porque outros candidatos entraram com recursos contra os postulantes ou os próprios estão em algum débito com a Justiça, com isso falta o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral ou do próprio TSE.
Em Pernambuco, algumas cidades passam por isso, como, por exemplo, Goiana, na Zona da Mata, com o candidato à reeleição, Eduardo Honório (UB), na Ilha de Itamaracá com o também candidato à reeleição, Paulo Batista (Republicanos), e no Recife, com o candidato Victor Assis (PCO).
Candidatos desistentes
Outro fato que acontece no país é: candidatos desistentes, mas com nome na urna, a cidade de Saloá, no sertão, é um exemplo. Ricardo (PSB), candidato à prefeitura municipal saloaense, desistiu da corrida ao pleito após o período determinado pelo Calendário Eleitoral e está com o nome nas urnas. Os eleitores que optarem por votar no candidato terão seus votos anulados, já que Ricardo se encontra inapto
Diário de Pernambuco