Em uma cerimônia marcada pela presença maciça de autoridades, lideranças políticas e representantes de movimentos sociais e da cultura popular, a governadora governadora Raquel Lyra ingressou, ontem (10), em ato realizado no Recife, no Partido Social Democrata. Egressa do PSDB, a agora ex-tucana filiou-se à sigla sob a anuência do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que enfrenta no PSDB oposição, ao passo em que desde cedo almejou ter em sua base de apoio a gestora pernambucana.

Ao longo da solenidade, coube ao ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, enaltecer a capacidade político-administrativa de Raquel. Ao passo em que destacou o índice de 51% de aprovação popular da governadora, Kassab disse não ter dúvidas de que a aliada vai ser reeleita em 2026, oportunidade em que defendeu a capacidade da neopessedista de vir a disputar a Presidência da República em 2030.

Raquel iniciou o discurso ressaltando a redução da violência no carnaval deste ano, quando o estado registrou a menor taxa de homicídios desde o início da série histórica, um aceno a um dos principais compromissos da campanha de 2022, quando elegeu a área da segurança pública como prioridade.

Ao citar nominalmente as autoridades presentes ao ato, Raquel disse enxergar o papel de servidor público eletivo como uma caminhada “que precisa de aliados voltados a um objetivo em comum: melhorar a vida do povo”. E ao alfinetar as gestões passadas, observou que Pernambuco decidiu, em 2022, mudar a então realidade ao escolher pela primeira vez na história duas mulheres “para comandar o Poder Executivo e voltar a colocar as pessoas em primeiro lugar”.

Já no campo partidário, agradeceu ao PSDB, partido ao qual esteve filiada por nove anos. “Foi uma casa na qual aprendi bastante”, disse Raquel ao mencionar Fred Loyo, presidente da legenda em Pernambuco. “Mas agora chegou o tempo de mudarmos o rumo e nos unirmos a um partido que evita a polarização e preza pela união de um país tão dividido”, defendeu.

Raquel emocionou-se ao citar, in memoriam, o tio, o ex-ministro Fernando Lyra; e o ex-marido, Fernando, falecido no dia do primeiro turno das eleições de 2022. “Gostaria muito que quem se foi e esteve ao nosso lado pudesse vivenciar esse momento e conosco compartilhar as mudanças que temos feito pelo povo pernambucano.”

Após um breve balanço da gestão, com destaque para os setores de assistência social e habitação, Raquel disse “nunca ter procurado cor de bandeira partidária para realizar entregas no município [do Recife]”. A declaração soou como uma antecipação do que pode vir a ser a disputa eleitoral do ano que vem.

“O nosso trabalho está apenas começando. Cabe a nós, que acreditamos que Pernambuco pode ser um estado muito melhor para se viver, continuarmos a fazer esse movimento de mudança. […] Não estamos aqui esquentando cadeira para quem acha que é dono do poder. Vem com a gente, vem pra um futuro que está apenas começando”, concluiu Raquel

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