Pré-candidato do União Brasil ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho criticou, nesta sexta-feira (08), postulantes ao Executivo estadual que de alguma forma relacionam as suas campanhas às de figuras nacionais como o ex-presidente Lula (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Até o momento, o político sertanejo não declarou apoio a nenhum pré-candidato a presidente, mas disse estar disposto a, caso eleito, dialogar com quem quer que se torne chefe do Executivo federal.
“Eu sou da turma de Pernambuco, da turma que defende o nosso Estado, e muito me preocupa pré-candidatos que falam mais dos seus candidatos a presidente do que dos problemas do nosso Estado. Que querem se esconder na biografia, na história de terceiros, ao invés de falar das próprias credenciais e por que merecem ser governadores. A gente quer um governador que tenha capacidade de articulação, capacidade de trabalho, que tenha liderança, sangue nos olhos para enfrentar as adversidades e não alguém que quando o bicho pega corre pra Brasília porque é amigo do presidente. A gente precisa debater os problemas de Pernambuco. Nem Lula nem Bolsonaro vai sentar no Palácio das Princesas, eles vão fazer o debate do Brasil”, declarou Miguel, durante sabatina na rádio CBN Recife.
Entre os principais pré-candidatos a governador postos até o momento, os deputados federais Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (SD) têm reiteradamente colado as próprias imagens à de Lula, enquanto Anderson Ferreira (PL), ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, vem repetindo que é o candidato de Bolsonaro em Pernambuco. Apesar de o PSDB possuir um pré-candidato a presidente, o ex-governador João Doria, Raquel Lyra (PSDB) tem sido mais discreta nesse sentido e evita falar do pleito nacional.
A crítica de Miguel surge poucos dias após Anderson Ferreira, ao lado do ex-senador Magno Malta, postar uma série de stories em suas redes sociais afirmando que Pernambuco “tem muita gente que quer agradar a todos”, e classificando políticos de centro como “indecisos”. Na ocasião, o liberal também disse que seria o único postulante da oposição que possui “lado”.
Durante a entrevista de hoje, Miguel chegou a afirmar que classificações como “direita”, “esquerda” ou “centro” seriam ligadas a um tipo de política que considera “retrógrada”. “Fica muito nessa divisão, ‘ah, porque fulano é de direita, sicrano é de esquerda, fulano é de centro. Esse tipo de política é retrógrada, do passado. A gente precisa (falar) da política que funciona e da política que não funciona. Da política que dá resultado e da política que enrola. Os últimos 8 anos comprovam isso, é a política do mimimi, de dar tapinha nas costas e se esconder no gabinete. Está na hora da política da rua, que encontra a população, que sua a camisa e entrega resultados”, observou.
Apesar de evitar, neste momento, entrar em uma nacionalização do debate estadual, o grupo político de Miguel Coelho em diversas situações teve lados bem definidos na política nacional. O pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), por exemplo, já foi ministro da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e até o ano passado era líder do governo Bolsonaro no Senado. Em junho passado, ainda à frente da Prefeitura de Petrolina, o próprio Miguel chegou a afirmar, durante um evento, que possuía “um alinhamento de pensamentos” com a gestão do militar da reserva
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