O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi apresentado na manhã deste sábado, oficialmente como candidato do PT à Presidência da República, com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) de vice.
O evento será em São Paulo e marca o retorno do petista às eleições 12 anos depois de sair do governo, num cenário de polarização no qual o principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), procurará enfatizar o fator corrupção para desgastar o adversário.
Apesar da liderança nas pesquisas de intenção de voto — a do Ipespe divulgada ontem coloca o ex-presidente com 44% contra 31% de Bolsonaro —, a campanha oficial tem início com a necessidade de realizar ajustes no discurso de Lula. O mais recente foi na reportagem da revista Time, quando atribuiu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, culpa pela guerra no Leste Europeu. Dias antes, teve de pedir desculpas aos policiais quando acusou Bolsonaro de gostar mais deles do que "de gente".
Fontes ligadas à campanha de Lula ouvidas pelo Correio afirmaram que ele está ciente de que "novos atores surgiram" no cenário político e que é preciso governar para eles também. Para a campanha petista, o eleitorado jovem receberá especial atenção, assim como o ex-presidente falará para trabalhadores por aplicativos e caminhoneiros — uma das bases eleitorais de Bolsonaro.
O lançamento da chapa Lula-Alckmin ocorre após um período conturbado na campanha. A saída do jornalista Franklin Martins da chefia da comunicação deixou a área vaga por mais de uma semana, justamente no período de preparação e reestruturação para a oficialização.
O Correio apurou com fontes do PT que a função será dividida pelo deputado federal Rui Falcão (SP) e pelo prefeito de Araraquara Edinho Silva — que já estavam cotados desde a saída de Franklin. A campanha ainda discute como será feita a divisão de papéis entre eles.
Falcão é candidato à reeleição na Câmara, mas vai reduzir a própria campanha para poder focar na corrida presidencial. Já Edinho não deixará a prefeitura, pelo menos neste começo de campanha. O anúncio oficial será feito pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), apenas depois do evento de hoje.
O vice Geraldo Alckmin, porém, não estará presente — foi diagnosticado, ontem, com covid-19 e participará da oficialização da campanha com um vídeo gravado. A partir da próxima semana, a ideia é cair na estrada: Lula estará em Minas dias 9, 10 e 11 de maio, passando por Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora.
Correio Braziliense
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