As forças de segurança apreenderam, nesta última semana de campanha, mais de R$ 396 mil em 20 operações distintas para coibir a compra de votos e demais crimes eleitorais pelo país. A maior parte na região Norte, que teve 14 intervenções. As demais ocorreram no Nordeste, com cinco casos, e no Centro-Oeste, com uma ocorrência. Além da quantia, também foram apreendidos materiais de campanha, como os tradicionais “santinhos”, adesivos e até cestas básicas. O estado do Amazonas é o que concentra o maior número de ações policiais até o momento, com cinco casos registrados entre terça e quinta-feira.
Amazonas
Das 20 operações contra crimes eleitorais registradas no país nesta semana, cinco aconteceram no Amazonas. Uma delas, na quinta-feira (29), durante uma festa de formatura interrompida pela Polícia Federal. Integrantes de um partido político se reuniam com um grupo de estudantes na cidade de São Paulo de Olivença quando foram flagrados pelos agentes. Um político chegou a prometer o pagamento do evento caso fosse eleito. Os nomes dos suspeitos de crime eleitoral e o partido político ao qual estão vinculados não foram divulgados.
Também na quinta, 87 cheques – no valor de R$ 120 cada – e diversos contratos de prestação de serviço para domingo, dia da votação do primeiro turno, foram apreendidos em duas aeronaves no aeroporto de Coari. De acordo com a Polícia Federal, o material seria destinado à campanha de um candidato ao cargo de Governador do Estado. Os cheques foram apreendidos e um inquérito policial instaurado para esclarecer os fatos. Duas pessoas foram encaminhadas a prestar esclarecimentos.
Durante fiscalização em embarcações no Porto de Tefé, na quarta-feira, policiais federais localizaram mais de R$ 78 mil em espécie com seis funcionários da prefeitura da cidade de Maraã. No mesmo dia, o irmão de um candidato a deputado federal no Amazonas saía de casa, em Manaus, com o montante de R$ 34 mil em dinheiro vivo. A PF abriu inquérito nos dois casos e investiga suposta tentativa de compra de voto com os valores apreendidos. 20 operações foram realizadas em 9 estados do país nesta semana e recolheram R$ 396 mil
Amapá
Um homem e uma mulher, irmã de uma candidata a deputada estadual, foram presos por crime eleitoral na manhã desta sexta-feira em Macapá. Policiais militares e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO) abordaram a dupla em um automóvel com aproximadamente R$ 11 mil e diversos santinhos de candidatos.
Na quinta, uma mulher e um homem também foram detidos em Macapá com comprovantes de depósitos bancários feitos no mesmo dia que somavam R$17.500,00. No veículo em que eles estavam foram encontrados diversos envelopes, identificados com nomes e valores, R$1.000,00 em espécie e uma lista de nomes, número de pessoas e bairros da capital amapaense.
O Ministério Público Eleitoral apura suposta compra de votos no Centro de Referência em Assistência Social do município de Santana. De acordo com denúncias enviadas ao MPE, cestas básicas são distribuídas no local em troca de votos para candidatos da região. Ninguém foi preso na operação, mas o caso segue em investigação.
Na terça, a gerente de um mercado de Macapá foi presa por suspeita de compra de votos. Segundo a PF, o esquema ocorria com a distribuição de cestas básicas em troca de promessas de voto em dois candidatos, um ao cargo de deputado federal e outro a estadual.
Roraima
Em Boavista, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira expedidos pela 1ª Zona Eleitoral do TRE, para investigar suspeitas sobre o funcionamento de um esquema para a compra de votos na cidade. Não há informações sobre os alvos da operação.
Durante patrulhamento, policiais rodoviários federais apreenderam R$ 6.136,00 em espécie e uma lista com nomes de pessoas e valores a serem pagos em veículo que passava pelo Anel Viário BR-174, em Boa Vista. O condutor e outras duas pessoas foram detidas e encaminhadas à polícia judiciária.
Um dos detidos era o candidato a deputado federal Rodrigo Cataratas, líder do movimento Garimpo é Legal. Ele e as outras duas pessoas foram liberadas após o pagamento de uma fiança de cerca de R$ 25 mil.
Rodrigo Cataratas (PL) foi preso por suspeita de compra de votos em Boa Vista — Foto: Reprodução/Instagram
Na terça-feira, quatro pessoas foram presas pela Polícia Militar no bairro Senador Hélio Campos, na zona Oeste de Boa Vista, com R$ 29,7 mil. A PM chegou até o grupo após denúncia anônima. Além do dinheiro, a PM encontrou anotações de possíveis eleitores, “santinhos” de um candidato a deputado estadual e de um candidato a deputado federal. Os quatro foram levados à delegacia da Polícia Federal, pagaram fiança e vão responder ao crime em liberdade.
Outros casos
No Maranhão, a PRF registrou dois casos na cidade de Bacabeira de possível crime de corrupção eleitoral. Um deles durante abordagem a um veículo na BR-135 na última terça-feira. O condutor e a passageira transportavam 50 cestas básicas, quase R$ 2 mil em espécie, adesivos, “santinhos” e outros materiais de campanha. No dia seguinte, um homem foi preso por transportar R$ 12 mil em espécie com cadernos e fichas contendo nomes de “amigos” e farto material de diversos candidatos a diferentes cargos eletivos.
Em Alagoas, um homem de 59 anos foi preso na cidade de Lagoa da Canoa, interior do estado, na noite de quinta-feira, com R$ 90 mil dentro do porta-malas de um carro. Ele confessou à polícia que o dinheiro seria usado para compra de votos.
Outras duas ocorrências foram registradas no Acre, uma no Piauí, outra em Alagoas e uma no Mato Grosso
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