O somatório de eleitores que votaram em branco, nulo ou que não compareceram ao primeiro turno neste domingo superou, em sete estados, a votação alcançada pelo candidato que lidera a disputa para governador. Em todos esses locais, com a decisão da corrida estadual adiada para o segundo turno, um dos desafios de candidatos que permanecem na disputa será atrair a parcela expressiva do eleitorado que não votou em ninguém.
Quando são considerados os desempenhos de candidatos que terminaram na segunda colocação, o "não voto" é superior em 22 estados. Somente em cinco unidades da federação - Bahia, Ceará, Piauí, Amapá e Roraima - o candidato que ficou em segundo teve mais votos do que o somatório de brancos, nulos e abstenções. Em quatro desses estados a eleição foi decidida no primeiro turno; na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União) disputarão o segundo turno.
Veja a seguir quais são os estados em que o líder da eleição ao governo perde para brancos, nulos e abstenções:
Pernambuco
Em uma disputa acirrada envolvendo cinco candidatos, Marília Arraes (Solidariedade) terminou o primeiro turno na liderança, com 23,9% dos votos válidos - o equivalente a 1,1 milhão de eleitores. Só o número de abstenções, de 1,2 milhão, já superou a votação dela no primeiro turno. Brancos e nulos somaram ainda outros 826 mil votos.
São Paulo
Ex-ministro do governo Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) apareceu na liderança do primeiro turno contra o candidato até então apontado como favorito nas pesquisas, Fernando Haddad (PT). Com 9,8 milhões de votos, Tarcísio só ficou atrás do somatório de brancos, nulos e abstenções, que totalizaram 11,2 milhões - cerca de um terço do eleitorado total de São Paulo, que tem 34,6 milhões de eleitores
Paraíba
O atual governador João Azevêdo (PSB) avançou ao segundo turno com 39,6% dos votos válidos, ou 863,1 mil votos no estado. Já o total de brancos, nulos e abstenções ultrapassou os 900 mil. Na disputa paraibana, o não comparecimento (534,1 mil) superou a votação do segundo colocado, Pedro Cunha Lima (PSDB), que teve 520,1 mil votos
Alagoas
O atual governador Paulo Dantas (MDB) teve 708,9 mil votos, o equivalente a 46% dos votos válidos, ao fim da apuração. Foram cerca de 100 mil votos a menos do que o somatório de brancos, nulos e abstenções. Dantas disputará o segundo turno contra Rodrigo Cunha (União), que teve menos votos do a quantidade de eleitores, 520 mil, que não compareceram às urnas.
Mato Grosso do Sul
O total de brancos, nulos e abstenções foi mais de 40% superior ao número de eleitores que votaram em Capitão Contar (PRTB), candidato que avançou ao segundo turno na liderança, com 384,2 mil votos. Contar disputará o segundo turno com Eduardo Riedel (PSDB), candidato apoiado pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). O estado foi um dos que teve maior percentual de abstenções: 22,1%.
Sergipe
O indeferimento da candidatura de Valmir de Francisquinho (PL), que liderava as pesquisas, fez com que os votos depositados nele fossem considerados nulos - o que tornou Sergipe o estado com maior percentual desse tipo de voto: 39,78%. No total, brancos, nulos e abstenções somaram 911 mil, quase três vezes mais do que o total de votos de Rogério Carvalho (PT), que avançou ao segundo turno na liderança.
Rondônia
Os dois candidatos que avançaram ao segundo turno, Marcos Rocha (União) e Marcos Rogério (PL), tiveram pouco mais de 300 mil votos, numa disputa acirrada pela liderança. Ambos ficaram ligeiramente atrás do somatório de brancos, nulos e abstenções: 367 mil
O indeferimento da candidatura de Valmir de Francisquinho (PL), que liderava as pesquisas, fez com que os votos depositados nele fossem considerados nulos - o que tornou Sergipe o estado com maior percentual desse tipo de voto: 39,78%. No total, brancos, nulos e abstenções somaram 911 mil, quase três vezes mais do que o total de votos de Rogério Carvalho (PT), que avançou ao segundo turno na liderança.
Rondônia
Os dois candidatos que avançaram ao segundo turno, Marcos Rocha (União) e Marcos Rogério (PL), tiveram pouco mais de 300 mil votos, numa disputa acirrada pela liderança. Ambos ficaram ligeiramente atrás do somatório de brancos, nulos e abstenções: 367 mil
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